Índice de Risco de Cheia aplicado ao mapeamento do risco de inundações urbanas em cidades turísticas de pequeno porte
o caso de Paraty/RJ
Palavras-chave:
Índice, Risco, InundaçõesResumo
Objetivo – Construir um índice a partir do qual seja possível mapear o risco de inundações e alagamentos em cidades turísticas de pequeno porte, com foco no componente de resiliência da vulnerabilidade.
Metodologia – São realizadas adequações no Índice de Risco de Cheia (IRC), proposto por Zonensein (2007), com alteração de indicadores e inserção de fatores de majoração, para que ele reflita os níveis de risco de inundações urbanas de acordo com as condições de enfrentamento e reposição das populações de cada local. O índice é calculado a partir da combinação de indicadores de perigo, obtidos através da modelagem realizada por Battemarco (2016), com indicadores de exposição e vulnerabilidade aderentes à proposta de priorização da resiliência na análise do risco.
Originalidade/relevância – Enquanto grande parte dos estudos sobre risco de inundações estão focados no componente de valor e em grandes cidades, populações socioeconomicamente mais vulneráveis de municípios interioranos vêm sofrendo com subsequentes impactos frente a desastres. Sem capacidade de absorção e recuperação, cada evento enfrentado significa perda de resiliência e, consequentemente, aumento da vulnerabilidade. É necessário, então, no que tange ao mapeamento do risco, que locais com alto potencial de perdas relativas, ou seja, áreas onde as populações possuem menores condições de repor suas perdas, sejam priorizados por agentes públicos no direcionamento de ações e recursos que visam adaptação e mitigação frente a inundações e alagamentos. Para isso, mostra-se fundamental a construção de um índice de risco focado no componente de resiliência da vulnerabilidade e em cidades de menor porte, onde geralmente não há adequada gestão de riscos devido a limitações financeiras e de mão de obra especializada.
Resultados – A comparação entre os indicadores de vulnerabilidade e o índice evidencia que as áreas de maior risco estão associadas à menor resiliência da população, o que valida a modificação do IRC. Dessa forma, foi possível construir um índice representativo do risco de inundações e alagamentos urbanos com ênfase na resiliência em cidades turísticas de pequeno porte.
Contribuições teóricas/metodológicas – Os resultados reforçam a importância de considerar a resiliência das populações na análise do risco. A obtenção de variadas manchas de risco a partir de diferentes combinações de pesos para indicadores e subíndices mostra a necessidade de estudos multiespectrais na atribuição desses pesos, para que sejam representativos. A flexibilização da estratificação dos indicadores a partir de dados locais permite uma maior aderência à realidade de cada área estudada. Assim, o estudo mostra a vantagem da utilização de índices locais sobre modelos genéricos.
Contribuições sociais e ambientais – A utilização do índice proposto no mapeamento de riscos de inundações possibilita incremento na eficiência e eficácia da gestão de riscos de desastres, pois pode auxiliar nas ações de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação através do direcionamento para áreas apontadas como de maior risco. Portanto, os resultados apresentados permitem adaptar populações e ambientes para receber eventos adversos, através da redução da exposição e da vulnerabilidade, bem como mitigar esses eventos, para que seus impactos sejam reduzidos tanto na esfera socioeconômica quanto na ambiental.
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