Alagamentos na bacia do canal do Mangue – Rio de Janeiro: a busca de uma cidade sustentável

Resumo

A percepção do risco é base para atuação da comunidade em ações de prevenção e proteção, acarretando na construção de sociedades mais resilientes. Os alagamentos na Bacia do Canal do Mangue (BCM) - Rio de Janeiro são recorrentes desde o início de sua urbanização, cujas tentativas de solução são historicamente baseadas na ideia de retirar a água de forma mais rápida possível da bacia. Todavia, devido a manutenção do problema, a municipalidade instalou, entre os anos de 2013 e 2019, grandes reservatórios conhecidos como piscinões associados a outras obras de macrodrenagem. Logo, o presente estudo busca compreender a atual percepção de risco a alagamentos dos frequentadores da bacia, avaliando se as obras resultaram em mudança na percepção. Para tanto, foram aplicados 104 questionários através do Google Forms, que foram distribuídos de forma remota em grupos sociais da área estudo. Os resultados demonstram que a maioria dos frequentadores da BCM sofreu com alagamentos e acreditam que são decorrentes da sistemas ineficientes de drenagem e da disposição incorreta de lixo nas vias públicas. Logo, propõem como solução a limpeza e ampliação do sistema de drenagem, assim como a conscientização da população. Sobre a percepção de alteração da evolução dos alagamentos, houve grande divergência, com relatos de diminuição, estabilização e até aumento. Desta forma, verifica-se a importância de maior divulgação da questão entre a população, para que ela participe na discussão e ajude na implantação de medidas mais pontuais como as propostas pelo manejo sustentável de águas pluviais urbanas.