Ruas, apropriação e insurgência: a relação entre paisagem, patrimônio e memória na Santiago após a explosão social chilena
Palavras-chave:
Explosão social chilena. Paisagem. Memória.Resumo
A relação entre o espaço urbano e a imagem da cidade é ponto de partida para muitas ações, tanto da governança institucional, quanto da população. A história percorrida pelos moradores e o que eles escolhem deixar mais ou menos latente está vinculada ao modo de habitar e desenhar novas liberdades. Este artigo busca, na perspectiva de Santiago (Chile), analisar e refletir sobre a imagem da cidade global e suas benesses para a qualidade de vida da população, junto dos efeitos do processo de insurgência, ocorrida a partir de outubro de 2019, para a memória e paisagem urbana. A partir de uma abordagem teórica que compara a percepção do turista e do etnólogo consolidada nas obras de Marc Augé, a pesquisa coloca em prática métodos de ritmanálise, explorados por Henri Lefebvre, para gerar percepções sobre o espaço e a vida no centro da cidade. Cabe reconhecer que apesar de medidas voltadas para agendas urbanas em voga, como a mobilidade ativa e a vitalidade urbana, há conflitos com aspectos identitários e ideológicos, impressos nas fachadas, muros e empenas da cidade. As implicações sociais do embate entre a imagem da cidade e a reivindicação dos direitos observados ao longo das derivas ganham destaque na formação da paisagem urbana, e possibilitam refletir sobre a apropriação do espaço público enquanto meio de alertar, reivindicar e lutar contra as ações homogeneizantes da globalização e da produção neoliberal das cidades.
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