Contratempos Urbanos
São Paulo cidade parqueada
DOI:
https://doi.org/10.17271/23178604134620256032Palavras-chave:
Intertextualidade, Parqueamento, Operadores ConceituaisResumo
Objetivo – Explorar uma abordagem crítico-perceptiva do centro histórico de São Paulo a partir de uma improvável abordagem relacional crítica e intertextual com o Parc de La Villette, de Bernard Tschumi. Pretende-se investigar como uma estratégia disjuntiva estruturada a partir de pontos, linhas e superfícies pode servir como controverso operador conceitual de análise para se imaginar, fabular hipóteses de um insólito “parqueamento urbano”.
Metodologia - Ensaio crítico-ensaístico e conceitual construído a partir da montagem de um improvável diálogo comparativo entre situações aparentemente sem relação. O estudo adota a lógica de estruturação projetual do Parc de La Villette como gramática conceitual, transposta, por analogia, ao centro paulistano. A análise se organiza em três movimentos: (1) isolamento dos operadores pontos, linhas e superfícies na proposta de Tschumi para o parque; (2) transposição analógica ao contexto do centro de São Paulo; (3) elaboração interpretativa de possibilidades de parqueamento urbano a partir de um esgarçamento ao limite dos sentidos do real.
Originalidade/relevância - O artigo propõe uma leitura intertextual, evocativa e fabulatória, em que o Parc de La Villette deixa de ser entendido como modelo formal para ser tomado como linguagem ensaístico-conceitual. Insere-se no debate acadêmico sobre cidade contemporânea pela ideia de intertextualidade e a reinterpretação do espaço público como um palimpsesto aberto, resultado do acúmulo de tempos passados e de camadas futuras ligadas ao seu “florestamento”.
Resultados - Identificação e problematização de um território – centro histórico de São Paulo – percebido criticamente a partir de pontos, linhas e superfícies como resquícios e rastros de diferentes tempos urbanos, revelando sua condição de conjunto de fragmentos, associações e dissociações de estruturas heteróclitas. Esses elementos são lidos como potências improváveis do possível para a hipótese de um centro “parqueado”, aberto a reinscrições críticas, sobreposições temporais e coexistências entre o construído e outras naturezas.
Contribuições teóricas/metodológicas – Evidenciação de como operadores projetuais provenientes de outras áreas, usados transversalmente, podem ser utilizados como instrumentos de leitura crítica de contextos urbanos complexos, abrindo caminho para a construção de estranhas aproximações, analogias que articulam teoria, projeto e crítica urbana.
Contribuições sociais e ambientais - Ampliação do debate sobre regeneração e ressignificação de espaços centrais por meio de modalidades pouco evidentes de parqueamento, do espaço público e da memória urbana, sugerindo inusuais caminhos interpretativos para políticas e projetos que considerem a cidade como campo de experimentação crítica e não apenas funcional.
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