O impacto em saúde sob a perspectiva de desastres

análise documental comparativa entre notas técnicas da Fiocruz

Resumo

Objetivo - Analisar os impactos em saúde decorrentes dos desastres de Brumadinho (MG, 2019) e Rio Grande do Sul (RS, 2024) a partir das notas técnicas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), identificando como os impactos foram abordados, priorizados e documentados nos eixos ambiental, social, econômico e de saúde.

Metodologia - Trata-se de uma análise documental exploratória, com base em dados secundários de notas técnicas elaboradas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por meio do Observatório Clima & Saúde, sobre os desastres de Brumadinho (2019) e das inundações no Rio Grande do Sul (2024).

Originalidade/relevância - Este estudo preenche lacuna teórica ao integrar a análise de impactos em saúde de desastres (naturais e tecnológicos) no contexto brasileiro, com foco na articulação entre mudanças climáticas, vulnerabilidade social e políticas públicas de mitigação. A pesquisa contribui para o debate acadêmico sobre gestão de riscos, resiliência urbana e saúde coletiva.

Resultados - A análise comparativa evidenciou impactos relevantes na saúde das populações afetadas, incluindo efeitos físicos, psicológicos e sociais. Aspectos ambientais e de saúde foram mais detalhados, enquanto impactos sociais e econômicos foram abordados de forma residual. Observou-se fragmentação entre os eixos, indicando a necessidade de maior integração intersetorial e alinhamento com estratégias de desenvolvimento sustentável. Limitações estruturais, como recursos insuficientes e fragilidade da governança, podem comprometer a efetividade das ações de mitigação e prevenção.

Contribuições teóricas/metodológicas - A análise estruturada de documentos institucionais reforça a importância de registros sistemáticos e metodologias integradas para estudos sobre impactos de desastres na saúde, oferecendo subsídios para pesquisas futuras e desenvolvimento de estratégias preventivas.

Contribuições sociais e ambientais - O estudo evidencia a importância do investimento público, atuação preventiva e multissetorial, como forma de alcançar a justiça socioambiental e mitigar danos em saúde pública, reforçando a necessidade de alinhamento dos direitos humanos com planos de redução de riscos e resiliência climática urbana.