Ruínas e o espaço Urbano: análise de bens tombados entre 1938 e 1965
DOI:
https://doi.org/10.17271/2318847286420202569Resumo
As ruínas são objetos complexos diante da atual perspectiva da preservação do patrimônio cultural, em especial no Brasil. As especificidades vão desde a identificação de uma ruína até aos métodos de intervenção e à gestão dos bens em escala urbana. Neste trabalho, foram selecionados alguns bens em estado de ruína tombados pelo IPHAN (ou antigo SPHAN) entre os anos de 1938 e 1965, com base em um recorte feito por Angela Rosch Rodrigues em seu artigo “Ruína e patrimônio arquitetônico no Brasil: Memória e Esquecimento” (2018). A partir desta seleção, foram realizadas análises a fim de obter informações sobre cada ruína listada como localização, classe do município onde estão inseridos os bens, o nível de urbanização das mesmas, o padrão morfológico do entorno, o uso atual do objeto, a natureza das instituições gestoras e a existência ou não de políticas de incentivo ao turismo para encontrar possíveis relações entre os fatores analisados e uma constância referente à gestão das ruínas tombadas nesse período que refletem a realidades das ruínas brasileiras em geral. Em síntese, observou-se maior concentração das ruínas em cidades pequenas; paralelamente, a maioria dos bens são geridos por instituições públicas e compreendem, em parte, usos de caráter cultural, turístico e religioso. Por fim, concluiu-se que a preservação do patrimônio cultural como um todo é trabalhada de maneira pontual e que as legislações urbanas quase sempre abordam de maneira superficial a gestão dos bens materiais tombados e raramente incorporam este quesito ao planejamento urbano.