Ecotoxicidade da deltametrina para a macrófita Azolla filiculoides e seu potencial uso como organismo fitorremediador em bacias hidrográficas

Autores

  • Henzo Henrique Simionatto Mestrando, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Bolsista CNPq, UNESP, Brasil.
  • Ana Carolina de Oliveira Mestranda, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Bolsista CAPES, UNESP, Brasil.
  • Letícia Sales Mercado Mestranda, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Bolsista CAPES, UNESP, Brasil.
  • Claudinei da Cruz Professor Doutor, UNIFEB, Brasil.
  • Juliana Heloisa Pinê Américo-Pinheiro Professora Assistente Doutora, UNESP, Brasil.

Palavras-chave:

Biorremediação. Ecotoxicologia. Inseticida.

Resumo

As bacias hidrográficas são constituídas por sistemas complexos que dependem da sinergia para sua manutenção. No entanto, as atividades antropogênicas desempenham impactos negativos, resultando na desarmonia desses ambientes. Os inseticidas são exemplos de agentes contaminantes que vem propiciando instabilidade nos ecossistemas das bacias hidrográficas, principalmente nos aquáticos. A deltametrina é um contaminante emergente muito utilizado no controle de pragas tanto em ambientes urbanos quanto agrícolas e o seu uso indiscriminado pode resultar na contaminação dos ambientes aquáticos, causando a intoxicação de organismos não alvos de diferentes níveis tróficos como macrófitas, crustáceos e peixes. O objetivo desse estudo foi avaliar a ecotoxicidade da deltametrina (formulação comercial K-Othrine) para a macrófita aquática Azolla filiculoides. A macrófita foi aclimatada em sala de bioensaio a temperatura de 25 ± 2 °C, em meio Hoagland’s e fotoperíodo de 12 h por quatro dias. Após a aclimatação, foi realizado um ensaio de sensibilidade da planta aquática usando como substância de referência o cloreto de sódio (NaCl). Os ensaios de sensibilidade e ecotoxicidade com deltametrina foram realizados em três réplicas contendo cinco plantas para cada repetição com duração de sete dias. A avaliação de letalidade da macrófita foi realizada em um período de sete dias com uma variação de 0 a 100% de mortalidade. Para a determinação de concentração ideal foram realizados ensaios preliminares. As concentrações de exposição utilizadas no ensaio definitivo foram 0,10 mg L⁻¹; 0,32 mg L⁻¹; 3,43 mg L⁻¹; 11,15 mg L⁻¹; 36,25 mg L⁻¹; 117,84 mg.L⁻¹ e um grupo controle com a substância nutritiva Hoagland’s (sem deltametrina). Os resultados de letalidade obtidos nos ensaios foram submetidos à regressão linear no software Trimmed Sperman Karber. Não ocorreu letalidade no grupo controle e na concentração de 0,10 mg L⁻¹. A maior porcentagem de letalidade da macrófita (4%) foi registrada na concentração de 117,84 mg L⁻¹. Assim, o inseticida piretróide deltametrina é classificado como praticamente não tóxico para A. filiculoides, pois a concentração letal para 50% dos organismos após sete dias de exposição (CL50;7d) é maior que 100 mg L-1. Conclui-se que a macrófita A. filiculoides não é sensível à presença da deltametrina em água devido sua baixa ecotoxicidade. Portanto, torna-se relevante o uso dessa macrófita para novos estudos como potencial organismo para biorremediação em bacias hidrográficas contaminadas com pesticidas piretróides.

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Publicado

2023-01-05

Como Citar

Simionatto, H. H., Oliveira, A. C. de, Mercado, L. S., Cruz, C. da, & Américo-Pinheiro, J. H. P. (2023). Ecotoxicidade da deltametrina para a macrófita Azolla filiculoides e seu potencial uso como organismo fitorremediador em bacias hidrográficas. Scientific Journal ANAP, 1(1). Recuperado de https://publicacoes.amigosdanatureza.org.br/index.php/anap/article/view/3406