Preparo da farinha de resíduo (caroço e semente) de manga (Mangifera indica L.) para aplicação na remoção de cobre (II) em meio aquoso através do processo de adsorção
Palavras-chave:
Bioadsorção. Íons metálicos. Manga.Resumo
A contaminação da água por íons cobre (II) proveniente de efluentes industriais prejudica o meio ambiente e a saúde humana.1 A adsorção é uma maneira de diminuir a concentração destes íons, apresentando notória importância na literatura.1,2,3,4 O material mais utilizado na adsorção é o carvão ativado, porém este pode ser substituído por bioadsorventes, materiais adsorventes oriundos da biomassa de resíduo agroindustrial que apresentam viabilidade econômica, alta disponibilidade e acessibilidade, além de serem renováveis e representarem uma maneira de reciclar um provável lixo orgânico, atribuindo valor econômico a este material.1 Um exemplo de material bioadsorvente é a farinha produzida a partir do resíduo (caroço e semente) de manga (Mangifera indica L.), sendo capaz de adsorver íons metálicos através de grupos funcionais orgânicos presentes em sua superfície.1 Este estudo objetivou verificar a eficiência de adsorção de íons cobre (II) utilizando farinha de resíduo de manga (FRM). O preparo da FRM foi constituído por separação manual dos caroços e sementes de mangas Tommy, secagem em estufa (80oC, 48h), trituração com liquidificador e peneiração com peneiras (14-200mesh); 1 O tratamento químico da FRM foi com ácido clorídrico (0,05mol.L-1, 10min) seguido de lavagem com água destilada até pH neutro e secagem em estufa (100oC, 24h); 3 A FRM foi caracterizada com espectroscopia na região do infravermelho (FTIR), microscopia eletrônica de varredura (MEV) e medida do ponto de carga zero (PCZ); 1,3 Os estudos de adsorção foram efetuados em batelada, sob temperatura ambiente, com pH natural (~4) e agitação constante; 3 Os parâmetros para determinar as condições ótimas de adsorção foram tempo de adsorção (15, 30, 60, 120, 180min) e massa de FRM (0,1, 0,2, 0,3, 0,4, 0,5g); 3 Ao final da adsorção, as amostras foram centrifugadas e determinada a concentração de íons cobre (II) por titulação complexométrica. O FTIR identificou grupos orgânicos (hidroxilas, ácidos carboxílicos e ésteres) capazes de interagir com os íons cobre (II) e promover a adsorção; 3 O PCZ determinou que em pH igual a 4,3 a carga da superfície da FRM é nula, assim, em pH menor que 4,3 a carga é positiva e interage com carga negativa e em pH maior que 4,3 a carga é negativa e interage com carga positiva, como os íons cobre (II); 1 As micrografias de MEV da FRM mostraram que antes da adsorção a morfologia da superfície da FRM era mais porosa e depois ficou mais preenchida, possivelmente por íons cobre (II); 3 As condições ótimas de adsorção, foram 30min e 0,1g de FRM; O modelo de isoterma de adsorção de Freundlich adequou-se mais a esta adsorção, sugerindo um mecanismo de adsorção em multicamadas da FRM;3 As taxas de adsorção evidenciaram o percentual máximo de remoção de íons cobre (II) igual a 77,48% em 18,47ppm de íons cobre (II). Em suma, é possível concluir que este processo de adsorção utilizando FRM possui potencial na remoção de íons cobre (II).
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