Determinação da toxicidade aguda do dicamba para a Lemna minor

Autores

  • Pâmela Castro Pereira Doutoranda, Programa de Pós-graduação em Agronomia e Bolsista FAPESP, UNESP, Brasil.
  • Isabella Alvez Brunetti Professora Mestre, UNIFEB, Brasil.
  • Ana Carolina de Oliveira Mestranda, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Bolsista CAPES, UNESP, Brasil.
  • Claudinei da Cruz Cruz Professor Doutor, UNIFEB, Brasil.
  • Leonardo Bianco de Carvalho Professor Doutor, UNESP, Brasil.

Palavras-chave:

Ecotoxicologia. Macrófita. Herbicidas.

Resumo

A utilização de organismos bioindicadores de exposição é uma excelente ferramenta de avaliação dos possíveis efeitos ambientais de herbicidas de outros produtos de interesse para a agricultura. O objetivo deste estudo foi determinar a toxicidade aguda do dicamba para o organismo bioindicador aquático de exposição: lentilha d’água (Lemna minor). Para determinação da toxicidade aguda do dicamba para a L. minor as plantas foram aclimatadas em sala de bioensaio com temperatura de 23,0 a 27,0 ºC e iluminação constante de 1000 lux. Após aclimatação, as plantas foram desinfestadas com solução aquosa de hipoclorito de sódio 2,0% e água destilada. Em seguida, foram selecionadas quatro colônias de L. minor com três frondes que foram transferidas para recipiente de vidro com capacidade máxima de 100 mL contendo 50 mL de meio de cultivo Hoagland’s (macro e micro/nutriente) e aclimatadas por 24 horas. Após esse período foi adicionado 50 mL de Hoagland’s com as concentrações do dicamba. Para o controle de sensibilidade, foram realizados periodicamente ensaios de toxicidade aguda com 7 dias de duração com a substância referência cloreto de sódio (NaCl - pró analisis) com teor de pureza de 99,9%, nas concentrações de 0,001; 0,01; 0,1; 0,5; 0,8 e 1,0 g L-1. A seguir, foram realizados ensaios preliminares com o herbicida nas concentrações 0,1; 0,32; 1,05; 3,43; 11,15; 36,25 e 117,8 mg L-1 (fator de diluição 3,2) e em seguida realizamos dois testes definitivos, com controle e três repetições para cada concentração. As avaliações foram realizadas em 3, 5 e 7 dias após aplicação (DAA), por contagem do número de frondes, clorose e necrose total das frondes. Os resultados obtidos nas análises de letalidade foram submetidos à regressão linear no software Trimmed Sperman Karber. A concentração letal de 50% após exposição de sete dias (CL50;7d) para a L. minor exposta ao dicamba foi >117,84 mg L-1, classificado como praticamente não tóxico para a macrófita L. minor. Para o controle e as concentrações 0,1 e 0,32 mg L-1 em ambos os testes não apresentaram mortalidade, em 1,05 mg L-1 ocorreu 16 e 20% de mortalidade, em 3,43 mg L-1 a mortalidade foi de 15 e 0%. Para 11,45 mg L-1 ocorreu 7 e 4%, em 36,4 mg L-1 13 e 23% e em 117,8 mg L-1 ocorreu 6 e 4% de mortalidade. Assim, pode-se concluir que a L. minor não pode ser utilizada como planta bioindicadora para águas contaminadas pelo herbicida dicamba por não apresentar sensibilidade.

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Publicado

2023-01-05

Como Citar

Pereira, P. C., Brunetti, I. A., Oliveira, A. C. de, Cruz , C. da C., & Carvalho, L. B. de. (2023). Determinação da toxicidade aguda do dicamba para a Lemna minor. Scientific Journal ANAP, 1(1). Recuperado de https://publicacoes.amigosdanatureza.org.br/index.php/anap/article/view/3428