Paradoxo da produção social do espaço urbano: sustentabilidade ambiental e os territórios vulneráveis em Londrina/PR/Brasil

Resumo

A produção social do espaço urbano é marcada pelo padrão segregacionista. O que provoca a negação a uma moradia digna para uma parcela da população brasileira, que tem que buscar como estratégia de sobrevivência os territórios vulneráveis (favelas). O objetivo deste artigo é apresentar o cenário da realidade da presença destes territórios vulneráveis (favelas) no espaço urbano de Londrina/PR, que se desdobra na preocupação em adentrar no paradoxo entre o meio construído formal e esses territórios, já que grande parte se encontram localizados em áreas de preservação permanente (APP’s), que por preceito das Leis: Código Florestal (2012) Código ambiental de Londrina (2012), deveriam ser preservadas. A metodologia utilizada na pesquisa foi uma abordagem qualitativa, tendo o arcabouço teórico-metodológico pautado em Lefebvre (2006) e se utilizou fontes primarias e secundários para obtenção dos dados.  As leis ambientais entram em choque com os dados obtidos na pesquisa: a existência de 69 territórios vulneráveis, com 3.160 famílias (10.867 pessoas, 2017) passando para 3.815 famílias (12.240 pessoas) em 2020 (LONDRINA,2021). Essa realidade é resultado da ausência de uma convergência entre a política de ordenamento do território (PDM) e as políticas como: ambiental, habitacional, saneamento ambiental (demais políticas setoriais) que deveriam ter uma integração em prol do desenvolvimento de cidades includentes e sustentáveis socialmente e ambientalmente, o que poderia contribuir para superar o paradoxo da produção social do espaço.