Percursos iguais, experiências distintas: discussões de possíveis caminhos para ferramenta de avaliação da caminhabilidade incluindo a interseccionalidade

Resumo

A caminhabilidade é um conceito essencial para a construção de cidades mais acessíveis e sustentáveis. Ela se refere à facilidade com que as pessoas podem caminhar e se deslocar a pé em um determinado ambiente urbano, levando em conta aspectos como a segurança, acessibilidade, conforto e atratividade do espaço público. A interseccionalidade surge como uma abordagem fundamental para a análise da caminhabilidade, pois permite considerar as múltiplas dimensões que influenciam a experiência de caminhar em espaços urbanos. No entanto, é comum ter índices e ferramentas de análise de caminhabilidade que se restringem a avaliar os aspectos da forma do ambiente construído e da morfologia urbana, desconsiderando assim questões sociais essenciais nas avaliações das possibilidades e restrições do caminhar. O fato da caminhabilidade ser abordada isolada das questões sociais, culturais e políticas que afetam a vida das pessoas no espaço urbano torna as análises mais práticas e distantes dos outros fataores. A interseccionalidade nos ajuda a entender como as desigualdades sociais afetam o acesso e a experiência de pessoas diferentes em relação aos espaços urbanos. Este trabalho tem como objetivo geral discutir a importância e necessidade de utilizar a interseccionalidade como parte dos parâmetros de avaliação da caminhabilidade dos espaços, bem como apresentar uma proposta conceitual de construção de uma ferramenta metodológica que acrescente a interseccionalidade às análises de mobilidade pedonal. Através do método de revisão bibliográfica esta pesquisa evidencia à fundamentalidade dos aspectos sociais para compreender a mobilidade urbana e a caminhabilidade nas cidades contemporâneas.