Escola Ambiental de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional
Palavras-chave:
Direito à alimentação, soberania alimentar, educação ambientalResumo
O município de Granada Antioquia é uma importante despensa de alimentos para a região e para a cidade de Medellín. Durante as décadas de 1990 e 2000, sofreu a guerra entre grupos guerrilheiros, paramilitares e as forças armadas colombianas, causando o deslocamento forçado de 60% da população. O conflito armado aumenta a fome, a insegurança alimentar, a pobreza, violando o direito humano à alimentação, por isso devem ser buscadas estratégias educativas para proteger e fortalecer a produção e distribuição de alimentos sem afetar o meio ambiente e com base nos princípios da economia camponesa, solidária e sustentável, que permitem disponibilidade estável de alimentos, condições dignas de vida para a população, relações mais próximas e recíprocas entre produtores e consumidores. Essas ações são fundamentais e decisivas para enfrentar a perda de soberania e a insegurança alimentar. O projeto foi proposto com o objetivo de fortalecer, por meio de ações de extensão universitária e educação ambiental, os processos empreendidos pelas comunidades no âmbito da soberania alimentar, direito humano à alimentação, sistemas alimentares sustentáveis, construção da paz, com base em metodologias participativas e sociais. Com o apoio de organizações sociais e comunitárias consolidadas no município como Tejipaz e Asovida, no âmbito do projeto foi formada a Escola de Gestores de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, composta por 25 participantes, nove deles da base equipe da Associação Tejipaz e 16 participantes que eram jovens em busca da formação de novas lideranças do Município de Granada. Cabe destacar que das 25 participantes, 22 eram mulheres lideranças consolidadas no território. O projeto teve fundamentos de educação ambiental com base em uma abordagem pedagógica construtivista e diálogo de conhecimentos, troca e aprendizado recíproco, em que houve transferência de conhecimento acadêmico e científico consolidado, ao mesmo tempo em que promoveu a visibilidade dos saberes e experiências dos atores sobre seu território, seus problemas e as propostas de soluções que construíram coletivamente. Privilegiaram-se metodologias e didáticas, tais como: mapeamento de actores, cartografia social, metaplano, linhas do tempo, socialização de experiências e elaboração de propostas. Foram elaborados mapas produtivos para identificar os alimentos cultivados no município, as técnicas de produção e o destino das colheitas. Os mapas de oferta ilustravam a origem dos alimentos mais consumidos pela população. Os mapas de recursos representavam graficamente a disponibilidade e controle de ativos naturais (floresta, água, terra), recursos técnicos (conhecimento próprio, profissionais, cientistas), financeiros, logísticos e de infraestrutura (estradas, centros de coleta, processamento, etc.). Os mapas de atores localizam instituições públicas e privadas, organizações sociais, lideranças, sindicatos, etc., e os papéis assumidos na garantia da soberania e segurança alimentar, bem como no cuidado do meio ambiente. No desenvolvimento dessas atividades, surgiu a reflexão em torno da necessidade de promover um sistema alimentar sustentável e a necessidade de continuar com processos de educação ambiental com produtores e consumidores nas grandes cidades.
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