Oficina de educação ambiental aliada a prática do etnoturismo em uma comunidade indígena no município de Uiramutã, Roraima

Autores

  • Eleutério da Silva Magalhães Neto Mestrando em Geografia, PPG-GEO/UFRR, Brasil

Palavras-chave:

Resíduos sólidos, Meio ambiente, Poluição

Resumo

A Educação Ambiental (EA) busca equilibrar o meio biótico (vivo) e abiótico (não vivo) em prol do meio ambiente. É um processo contínuo que deve ocorrer tanto na educação formal (escola) quanto na informal (família e sociedade), especialmente no que diz respeito à produção de lixo. O lixo, segundo Scarlato (2009) e Lima (2005), refere-se aos resíduos gerados pelas atividades do ser humano e ocorre simultaneamente em todo o mundo. O Brasil, inclusive, é um dos países que mais produz lixo, mas também se destaca em também ser o que mais recicla (Scarlato e Pontim, 2009). No Estado de Roraima, a alta produção de resíduos causa problemas, afetando até mesmo as regiões mais distantes dos grandes centros urbanos, como as comunidades indígenas, como é o caso da comunidade indígena Flexal, localizada no município de Uiramutã. Essa comunidade tem buscado se desenvolver, assim como outras regiões do Brasil, promovendo ações que valorizem sua cultura e permitindo que a comunidade externa conheça seus costumes por meio do etnoturismo. Este trabalho teve como objetivo apresentar alternativas para o reaproveitamento e a destinação adequada do lixo produzido na comunidade indígena Flexal, a fim de minimizar os danos ao meio ambiente. A comunidade enfrenta dificuldades no gerenciamento e na disposição dos resíduos sólidos, devido a mudanças de hábitos que levaram a um aumento na produção e na introdução de novos tipos de lixo. Para abordar essa problemática, foi realizada uma oficina de educação ambiental onde foram apresentados conceitos sobre lixo e seus tipos, além de abordar a importância e os benefícios da reciclagem para o meio ambiente. Os participantes foram convidados a identificar os tipos de lixo presentes na comunidade com base nas informações compartilhadas durante a oficina. Uma abordagem participativa permitiu que os indígenas expressassem suas concepções por meio de desenhos, mapas sociais, jogos e outras atividades. Sendo possível observar que a comunidade tem consciência do que é lixo e consegue identificar tipos de resíduos, como latas, pilhas, papéis e sapatos velhos. Reconhecem que o lixo causa problemas, como a poluição de rios e lagos, a saúde e a vida na comunidade. Durante a oficina, notou-se que, embora os participantes compreendessem a importância da reciclagem e da destinação adequada do lixo, nem sempre seguem essas recomendações. Alguns relataram que queimam ou enterram certos tipos de resíduos nas proximidades da comunidade, como fraldas descartáveis. Apesar de estar distante de áreas urbanas, boa parte dos resíduos sólidos encontrados na comunidade está relacionado aos hábitos de pessoas externas, como fraldas descartáveis, garrafas PET e pilhas. Esses tipos de resíduos provavelmente vêm da sede do município de Uiramutã e da capital Boa Vista. A problemática do lixo na comunidade indígena reflete a influência de agentes externos. A comunidade enfrenta vários desafios, incluindo a conscientização e o gerenciamento adequado do lixo. As ações de educação ambiental devem fazer parte das atividades cotidianas da comunidade, pois isso resultará em uma melhor qualidade de vida para seus membros e um maior equilíbrio com a natureza.

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Publicado

2023-08-26

Como Citar

Magalhães Neto, E. da S. (2023). Oficina de educação ambiental aliada a prática do etnoturismo em uma comunidade indígena no município de Uiramutã, Roraima . Scientific Journal ANAP, 1(5). Recuperado de https://publicacoes.amigosdanatureza.org.br/index.php/anap/article/view/4178