Habitação, alimentação e desigualdade urbana: estudo sobre a segregação de classe e gênero nas cidades
Palavras-chave:
Habitação, Alimentação, Planejamento urbanoResumo
O entendimento de progresso, definido por um modus operandi neoliberal, gera crises que repercutem em aspectos inerentes à sobrevivência e dignidade humana, como habitação e alimentação, sendo vítimas de um progresso a qualquer custo que reproduz a desigualdade e a fome. A partir da perspectiva da casa e da comida enquanto direito, o artigo busca compreender o habitar e o comer sob a ótica de classe, reconhecendo no planejamento urbano vigente o motor da lógica excludente e da responsabilização da mulher pela qualidade de vida familiar no âmbito da “casa, comida e roupa lavada”. O percurso metodológico do estudo apresenta enquanto principal ação a revisão analítica de publicações acadêmicas principais e secundárias acerca da temática, considerando produções críticas ao processo de formação e gestão das cidades, principalmente no que tange a habitação e as dinâmicas essenciais da vida urbana. Assim, observa-se que o modelo de cidade vigente exclui com um crivo de classe e gênero grande parcela da população, que tem o cotidiano posto à margem, vítima de uma gestão desigual do território. Ademais, ao lançar luz sobre a necessidade de se repensar a urbe a partir das demandas triviais, como a habitação e a comida, é colocado à prova um modelo de cidade incipiente. Um urbanismo voltado para a redução das desigualdades de renda e gênero geram demandas por cidades cuidadoras: a população e suas demandas essenciais precisam estar no centro do debate e do plano.
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