Aplicação da Wolffia Brasiliensis como polimento de águas residuárias domésticas de Ilha Solteira - SP

Resumo

O uso irracional dos recursos hídricos, o acelerado crescimento demográfico e a expansão de atividades extrativistas vêm aumentando a escassez da água. Além disso, o despejo inadequado de águas residuárias em corpos hídricos tem os tornado inutilizáveis. Os efluentes de origem doméstica são uma das principais causas da baixa na qualidade das águas superficiais, isto porque a maior parte dessas águas residuais não recebem um tratamento adequado, sendo descartados com elevada quantidade de matéria orgânica e outros materiais poluentes. Ademais, os recursos financeiros destinados ao tratamento de efluentes domésticos são escassos no Brasil. Diante disso, torna-se fundamental a implementação de tecnologias de tratamento com baixo custo de instalação, manutenção e operação, que apresentem resultados eficientes. Neste cenário, o uso de macrófitas aquáticas como forma de polimento de águas residuárias vem se apresentando como solução viável, tendo em vista que possuem baixo custo de instalação e manutenção quase inexistente. O trabalho em questão busca analisar a eficiência do polimento de esgoto com a macrófita do gênero Wolffia, espécie Brasiliensis, utilizando o efluente tratado em lagoa de estabilização na ETE de Ilha Solteira-SP. A pesquisa consiste em quatro caixas de cultivo, de forma que duas delas seja utilizada como forma de controle a autodepuração, contendo apenas o efluente, e outras duas que possuem a planta como forma de polimento. Além disso, utilizam-se duas formas de cultivo e tratamento, uma em condições artificiais, realizada na parte interna do laboratório e outra em condições naturais, realizada na parte externa. Em todas as unidades experimentais, realizou-se a análise dos seguintes parâmetros: Demanda Química de Oxigênio (DQO), Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), Nitrogênio Total (NT) e turbidez. Ao fim do experimento, obteve-se uma maior eficiência de remoção em ambas as caixas que contém a Wolffia, quando em comparação as caixas controles, para todos os parâmetros analisados. As maiores eficiências de remoção para as caixas com a Wolffia foram, respectivamente, para a DQO, DBO, NT e turbidez, 78%, 90%, 70% e 99%, enquanto a caixa controle apresentou capacidade de autodepuração de 63%, 31%, 38% e 80%.