Edifício João Paulo II (1967) e Edifício Faial (1962):

Uma análise comparativa entre patrimônios da arquitetura moderna gaúcha

Resumo

Objetivo – O estudo tem como objetivo central realizar uma análise comparativa entre o Edifício João Paulo II (1967), localizado em Santa Maria e projetado pelo arquiteto Jayme Mazzucco, e o Edifício Faial (1962), situado no centro histórico de Porto Alegre, de autoria de Emil Bered. A investigação busca compreender ambas as obras e identificar características e soluções projetuais comuns, revelando, na obra de Emil Bered, um possível precedente projetual que influenciou a concepção do Edifício João Paulo II.

Metodologia – A pesquisa emprega o método de redesenho e análise documental, utilizando como fontes primárias desenhos técnicos das edificações, observações in loco e registros fotográficos. A partir dessas análises, foram estabelecidas comparações entre as soluções projetuais adotadas em ambos os edifícios.

Originalidade/relevância – O estudo preenche uma lacuna ao abordar a influência da arquitetura moderna gaúcha no interior do estado, um campo ainda pouco explorado. A investigação evidencia como a formação acadêmica e o repertório projetual de Jayme Mazzucco foram influenciados por seu mestre Emil Bered, destacando a continuidade da tradição modernista no Rio Grande do Sul.

Resultados – Os achados apontam semelhanças significativas entre as obras de Bered e Mazzucco, sobretudo nas soluções externas para as fachadas principais, como a presença de modulações derivadas de grelhas ortogonais na composição dos planos verticais. Essas similaridades reforçam a hipótese de que o Edifício Faial serviu como referência projetual para a concepção do Edifício João Paulo II.

Contribuições teóricas/metodológicas – A pesquisa contribui para o estudo da arquitetura moderna gaúcha ao propor um modelo analítico baseado em redesenho e análise comparativa. Essa abordagem amplia a compreensão sobre os processos de influência e transmissão de conhecimento dentro da produção arquitetônica do estado.

Contribuições sociais e ambientais – O estudo promove o reconhecimento e a valorização do patrimônio moderno no Rio Grande do Sul, incentivando a preservação de edificações que fazem parte da identidade arquitetônica do estado. Além disso, fomenta reflexões sobre a importância da arquitetura modernista na qualificação do ambiente urbano.