O CULTO À FRUGALIDADE E A PRODUÇÃO ARTIFICIAL DA ESCASSEZ
DOI:
https://doi.org/10.17271/19843240332010384Resumo
Neste artigo, localizamos a fonte do culto à frugalidade, presente em diversas alas do movimento ambientalista, na crise estrutural do capitalismo contemporâneo. Este sistema, que não consegue evitar a produção da escassez para a humanidade, formula hoje ideologias de conformismo a esta escassez, revestidas pelo ideal de preservação ambiental, em que o cultivo de hábitos frugais é apresentado como necessário a uma maior harmonia entre o homem e a natureza. Verifica-se, pois, que o culto à frugalidade representa uma racionalização ideológica capitalista para criar uma cultura de permanente escassez, acatada e desejada pela humanidade em nome do imperativo ambiental, e que a faz desconsiderar questões muito mais graves e urgentes.
Palavras-chave: Ambientalismo. Capitalismo. Ideologia.