Verticalização na cidade de Santos (SP)

impactos sobre a sustentabilidade urbana e a qualidade de vida

Resumo

Santos (SP), atualmente a cidade mais verticalizada do Brasil e com uma das legislações urbanísticas mais permissivas no país, apresenta uma dinâmica urbana comprometida com a maximização de ganhos imobiliários e a constituição de um território marcado por profundas desigualdades socioespaciais. A verticalização, um fenômeno em curso que promove a multiplicação do solo urbano, cada vez mais presente nas pequenas e médias cidades brasileiras, é parte das estratégias adotadas pelos agentes promotores e tem provocado significativos impactos sociais, econômicos e ambientais na região. O objetivo deste artigo é analisar os impactos socioambientais oriundos do processo de verticalização - e incentivado pelas políticas públicas -, como desafios à promoção da sustentabilidade vinculada à qualidade de vida do cidadão santista. Alguns dos impactos abordados são a capacidade de suporte da infraestrutura de drenagem existente, o sombreamento, a alteração no microclima, a geração de resíduos, a mobilidade e a segregação socioespacial, a partir de dados primários extraídos das cartas de habitação do município desde 2012, bem como de análises de tempo de deslocamento da população, entre outros. Esses estudos são resultado do trabalho de um grupo de pesquisa de pós-graduação em arquitetura e urbanismo, em andamento, que, a partir de 2023, tem se debruçado sobre os impactos da verticalização na cidade de Santos. Fica evidente a insustentabilidade urbana deste processo, sendo necessário, para a reversão deste quadro, políticas públicas comprometidas com a justiça social e ambiental, garantindo que a verticalização beneficie de modo mais equalizado toda a população.