Produtividade de diferentes cultivares de sorgo em cultivos distintos e sob estresses térmico e salino em região semiárida

Resumo

A proposta de se trabalhar com a cultura do sorgo em solo de vazante no semiárido pernambucano, onde normalmente, existe a presença de sal tanto no solo quanto na água, em função das características da rocha matriz e materiais das enxurradas, teve como premissa aproveitar essas áreas que, se bem manejadas, são potencialmente agricultáveis possibilitando o cultivo de plantas que se adaptam bem a esse tipo de ambiente. Por apresentar sistema radicular “agressivo” e certa tolerância à salinidade, o sorgo pode explorar camadas mais profundas do solo em busca de água e nutrientes e apresentar produtividades surpreendentes. Por possuir também cutina protetora do colmo e da superfície foliar, resulta em menor perda de água por transpiração. Tais fatores permitem maior adaptação às adversidades desse ambiente, a exemplo de TºC superiores a 40ºC, estresses hídricos e salino e mesmo assim, têm apresentado produtividades satisfatórias quando comparado a outras Poaceae. O objetivo deste estudo foi avaliar 12 cultivares de sorgo forrageiro com características agronômicas distintas, sob irrigação com água de até 1.4 dS.m^-1 proveniente do açude do saco, durante dois ciclos sucessivos, caracterizando a sazonalidade da primavera e verão, respectivamente, de 2015 e 2016. O experimento foi conduzido na área experimental do IPA, Serra Talhada – PE. O delineamento utilizado foi em blocos casualizados em esquema fatorial 2x12, o primeiro fator corresponde a dois sistemas de cultivos (com e sem cobertura morta (C/C e S/C) e o segundo, 12 cultivares de sorgo presentes na tabela 1. Sendo 22 tratamentos com 2 repetições, totalizando 44 unidades experimentais. Cada parcela foi formada por 3 fileiras de 5 metros de comprimento, espaçadas de 0,80m. A densidade de plantio após o desbaste foi de 15 plantas por metro linear. Ao final do experimento constatou-se que o sistema de cultivo com cobertura (C/C) possibilitou melhor produtividade de até 30% no 1º ciclo e de até 64% no 2º ciclo entre os sistemas estudados; o 2º ciclo foi favorecido pelas precipitações que proporcionaram produtividades entre 68,85 e 61,6 t.ha^-1 de matéria verde - MV e entre 24,10 e 21,56 t.ha^-1 de matéria seca - MS, respectivamente, nas duas condições de cultivo com cobertura - C/C e sem cobertura - S/C; as variedades IPA SF 15 e BRS Ponta Negra foram  superiores em  produtividade, com 120 e 100 t.ha^-1 MV (C/C) e de 28 e 31 t.ha^-1 MS (S/C), respectivamente no 1º e 2º ciclo, o sistema de cultivo S/C proporcionou maiores produtividades para as variedades SF17, 2502 e SF190, respectivamente.