Ambiente Alimentar e Cidades Sustentáveis: análise de inter-relações nos contextos político, sociocultural e econômico

Resumo

As cidades, no seio das mais diversas esferas da sociedade (política, academia, sociedade civil, mídia, setores público e privado), cada vez mais, têm ganhado destaque como locais onde diversos problemas socioambientais e socioeconômicos são negativamente intensificados. E, de modo correlato, as cidades também têm sido vistas como locais nos quais a mitigação de tais problemas podem ser realizada de modo mais eficaz. Atualmente, mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas, o que torna as cidades ambientes complexos e dinâmicos. As políticas públicas de saúde, neste contexto, desempenham papel fundamental na promoção do bem-estar e na ampliação do acesso à saúde. A realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 2 (Fome Zero) e 11 (Cidades e Comunidades Sustentáveis) são fundamentais para a promoção da saúde nas cidades, particularmente através da criação de ambientes alimentares urbanos saudáveis e sustentáveis, que possam melhorar a qualidade de vida das pessoas, promover a equidade e a inclusão social e mitigar os impactos das mudanças climáticas. O ambiente alimentar refere-se ao contexto físico, econômico, ambiental, político e sociocultural no qual os consumidores adquirem os alimentos. Este ambiente, como foi possível depreender a partir do desenvolvimento deste trabalho, influencia sobremaneira nas escolhas alimentares e no estado nutricional das pessoas. Através de ampla revisão bibliográfica sistemática, o presente estudo objetivou investigar em que medida citadinos ambientes alimentares das cidades tipicamente aderentes a preceitos saudáveis, menos desmonetizados e sustentáveis podem, de fato, contribuir para a construção de cidades mais sustentáveis, inclusivas e resilientes.