O modo de vida ribeirinho como atributo espacial para a prática projetual de habitação amazônida
Palavras-chave:
Modo de vida ribeirinho, Adaptação, AmazôniaResumo
A produção de habitação social na Amazônia não difere daquela encontrada em outras regiões do Brasil, pois a falta de adequação dos projetos é uma questão histórica e posta. O presente ensaio pretende levantar questões acerca da inadequação dos projetos habitacionais para cidades na Amazônia. Utilizou-se para esta investigação referencial sobre o imaginário amazônico, as origens das formas de viver local e resultados de pesquisa em projeto já realizadas por pesquisadores locais. Foram também realizadas observações não-participantes em áreas habitacionais urbanas na cidade de Belém. Observou-se que há fortes indicações de que quanto mais próximo ao modo de vida original do habitante da região, o ribeirinho, menor a probabilidade de ocorrerem transformações nas habitações promovidas pelo poder público. Identificou-se, nos relatos de estudos, que existe uma linguagem tipológica do habitar ribeirinho nas modificações realizadas em unidades habitacionais de conjuntos promovidos pelo Estado, como mecanismo de adaptação na habitação. Aponta-se como contribuição, a constatação de que há uma desconformidade entre a necessidade do usuário e a atuação/produção estatal e considera-se que é provável que a compreensão das comunicações simbólicas estabelecidas entre as pessoas e o espaço construído pode ser benéfica para diminuir o desequilíbrio existente entre expectativa do usuário e qualidade do projeto na oferta estatal. Aponta-se que repensar as formas de projetar e produzir o espaço arquitetônico habitacional a partir do usuário local é um caminho seguro para a sustentabilidade do empreendimento, que contemple o desenvolvimento das pessoas a vitalidade do espaço.
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