A escola pública como um potencial agente de requalificação urbana e paisagística

os sistemas de espaços livres nas escolas como elementos de conexão e preservação

Resumo

Objetivo – O artigo busca analisar como os sistemas de espaços livres em escolas públicas podem atuar como elementos de conexão e preservação da paisagem, bem como agentes de requalificação urbana e paisagística, especialmente em áreas periféricas. A pesquisa explora o potencial transformador das escolas na relação entre urbanidade, educação e paisagem, contribuindo para uma abordagem interdisciplinar que conecta arquitetura, educação e sustentabilidade.

Metodologia – A pesquisa combina uma abordagem qualitativa com análise de estudo de caso, utilizando observação direta, entrevistas com a comunidade escolar e análise espacial dos sistemas de espaços livres compreendidos como bordas. Complementarmente, foram empregados os instrumentos metodológicos do Bonde a Pé e do Painel dos Desejos, ampliando a compreensão sobre a relação da escola com seu entorno.

Originalidade/relevância – O estudo preenche uma lacuna teórica ao incorporar os sistemas de espaços livres no conceito de território educativo, ressaltando a importância das escolas como agentes de transformação da paisagem urbana. A abordagem interdisciplinar reforça a relevância das conexões entre arquitetura, educação e meio ambiente na formulação de políticas urbanas e educacionais mais integradas.

Resultados – Os resultados indicam que os espaços livres escolares, como pátios e áreas adjacentes, atuam como interlocutores entre a escola e a cidade, fortalecendo vínculos sociais, promovendo a preservação ambiental e revitalizando territórios degradados quando ativados por ações comunitárias. O estudo de caso da EEEI Sd. PM Eder Bernardes dos Santos evidencia o impacto das ações participativas, como o Projeto Comunidade Escola, no fortalecimento da relação escola-comunidade.

Contribuições teóricas/metodológicas – A pesquisa amplia a compreensão do território educativo ao integrar os sistemas de espaços livres como parte essencial da paisagem urbana. Além disso, reforça a importância de metodologias qualitativas e participativas na análise das escolas como elementos urbanos dinâmicos e agentes de mudança.

Contribuições sociais e ambientais – O estudo destaca o papel das escolas na promoção da inclusão social, da conservação ambiental e da valorização da paisagem local. Ações como o plantio de espécies nativas e o uso do Bonde a Pé promovem a conscientização ambiental e o reconhecimento da escola como um espaço de transformação territorial, especialmente em contextos marginalizados.