As mobilizações populares na criação da Área de Proteção Ambiental Parque e Fazenda do Carmo na Cidade de São Paulo, Brasil

Resumo

Este trabalho tem como finalidade pesquisar como foi o processo de mobilização constituído pelos moradores e associações que reivindicaram junto aos órgãos públicos tanto na esfera municipal quanto estadual a preservação de uma área tendo como desdobramento a criação da Área de Proteção Ambiental (APA) do Carmo. A metodologia do presente trabalho consistiu em uma análise do caso com interpretação dos fenômenos observados a partir das discussões fomentadas pelo referencial teórico baseado em uma revisão de literatura sobre os movimentos e as mobilizações sociais, os quais se enquadram nesse processo analítico de característica qualitativa. Para a realização desta investigação científica foi necessária uma visão holística com vistas a obter a descrição mais ampla possível dos atores sociais e públicos envolvidos. O processo de pesquisa de campo ocorreu por meio de pesquisas individuais com membros e lideranças dos movimentos sociais das comunidades envolvidas que protagonizaram essas ações ocorridos entre os anos de 1985 e 1993. A análise de dados ocorreu a partir das narrativas dos entrevistados que discorreram sobre os acontecimentos na época onde a sociedade civil organizada trabalhou junto a administração pública para elaboração da legislação que criou a APA do Carmo. A relevância da pesquisa consiste sobre o fenômeno da mobilização social na criação desta área de proteção ambiental, que contribui com as questões ambientais atuais e temas de mobilizações sociais da contemporaneidade em prol do meio-ambiente. A discussão busca entender o dinamismo do fenômeno como instrumentos para defesa dos interesses coletivos de natureza social frente a gestão pública.

Palavras-chave: Movimentos sociais, mobilizações, meio-ambiente, área de proteção ambiental.