Quarentena em condomínios residenciais do Rio de Janeiro – RJ: controvérsias do sistema de gestão de coleta seletiva

Abstract

 

O presente artigo trata da importância da prática da coleta seletiva, realizada em condomínios residenciais na zona sul do Rio de Janeiro - RJ, devido ao aumento do consumo de insumos básicos em consequência da quarentena instalada no mês de abril de 2020, em razão da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Além disso, o artigo aborda a questão do aumento na coleta de materiais recicláveis e, ainda, outras questões importantes como a ineficiência da Lei Estadual nº 6.408/2013 – imprescindível para edificações com mais de três andares – e a geração de renda, que contribui coletivamente com os catadores, cooperativas e com a logística reversa, minimizando o impacto socioambiental e intervindo positivamente nas mudanças climáticas. O estudo tem como objetivo refletir sobre os processos de coleta seletiva dos condomínios, na zona sul do Rio de Janeiro, seguindo os atores envolvidos nas controvérsias que compõem o sistema de gestão de reciclagem. Para tanto, o estudo propõe uma reflexão por meio de cartografias psicossociais do sistema de gestão de coleta seletiva em edificações residenciais, uma vez que a legislação vigente não estabelece qualquer tipo de sanção pelo descumprimento da Lei Estadual nº 6.408/2013. A partir disso, é utilizada uma abordagem qualitativa através da Cartografia de Controvérsias/Teoria Ator-Rede (TAR) de Latour, com finalidade exploratória e descritiva em torno de dispositivos relacionados à temática da reciclagem. O resultado é uma discussão psicossocial a favor da gestão de resíduos sólidos, que desvela novas pistas para a responsabilidade compartilhada da coleta seletiva em edificações residenciais.