Presença de mercúrio em cultivares de mandioca, Manihot esculenta Crantz, nas vizinhanças de áreas de exploração artesanal de ouro no sul da Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.17271/1980082719420233546Abstract
A mandioca, Manihot esculenta Crantz (Euphorbiaceae), planta nativa do Brasil, é uma das principais fontes de carboidrato na dieta dos brasileiros. Em regiões produtoras de ouro, como o sul da Amazônia, é inevitável a aproximação das lavouras com as minas artesanais e de pequena escala (MAPEOs), gerando riscos de contaminação da produção por mercúrio (Hg). Devido à importância da mandioca na alimentação da população mundial, o presente estudo objetivou avaliar o efeito da proximidade das MAPEOs sobre as concentrações de Hg em amostras de solo e de mandioca e avaliar o risco de exposição humana ao Hg pelo consumo deste alimento. As amostras foram coletadas em duas áreas ao longo da BR-163, no Estado de Mato Grosso, Brasil. Foram coletadas 42 amostras de mandioca (raízes, caules e folhas) e solo. Não foi observado efeito das MAPEOs sobre as concentrações de Hg no solo. As maiores concentrações de Hg nas folhas foram observadas na área próxima a MAPEOs, indicando maior deposição atmosférica. Na área com mineração o fator de bioconcentração superior indica o efeito do Hg proveniente da atmosfera também sobre as concentrações nas raízes. Estimativas da ingestão diária e do quociente de risco à saúde foram realizadas para a mandioca e para a farinha de mandioca, com os maiores valores observados nas proximidades de MAPEOs, porém, todos abaixo dos limites estabelecidos, indicando que, atualmente, o consumo destes alimentos pela população é seguro. A lavoura de mandioca pode ser usada como bioindicadora da poluição atmosférica por Hg provocada pela MAPEO.
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