Ocorrência de clorpirifós em ambientes aquáticos e seus efeitos ecotoxicológicos em bioindicadores
DOI:
https://doi.org/10.17271/2318847286520202734Resumo
O Brasil está entre os principais países que mais consomem agrotóxicos, devido ao clima tropical e economia baseada em agricultura. Os organofosforados são um grupo de compostos químicos que atuam como inibidores da enzima acetilcolinesterase, enzima responsável pelo impulso nervoso. O clorpirifós é um inseticida da classe dos organosfosforados, que, apesar de ser proibido em muitos países, seu uso ainda é liberado no Brasil. Além de agir nas pragas de lavoura, o clorpirifós afeta organismos não-alvos, como a fauna de água doce. Utilizar organismos como bioindicadores aquáticos de diferentes níveis tróficos, auxilia no entendimento de danos causados por ações antrópicas evitando futuros riscos ao meio ambiente. Realizou-se um levantamento bibliográfico acerca da importância, características, transporte e ação do inseticida clorpirifós, focando nos efeitos causados em organismos bioindicadores aquáticos, correlacionando com a atual condição do inseticida nas legislações brasileiras. Nota-se que entre os bioindicadores de água doce, os crustáceos então entre os mais vulneráveis, e que a mesma espécie pode apresentar mortalidade em diferentes concentrações do inseticida, oriundos de diferentes fabricantes. Analisando a Resolução CONAMA 357/2005, nota-se que o clorpirifós não aparece na lista de agrotóxicos com concentrações limitadas à proteção das comunidades aquáticas, apenas o Ministério da Saúde considera-o como uma das substancias com concentrações limitadas para água de consumo humano. Ressalta-se a importância de incluir clorpirifós na Resolução CONAMA 357/2005, e estabelecer concentrações consideradas tóxicas para bioindicadores aquáticos, visando à proteção da fauna aquática.