Geoindicadores como instrumento de diagnóstico ambiental em remanescentes florestais nas bacias hidrográficas do município de Campinas/SP
DOI:
https://doi.org/10.17271/1980082716620202664Abstract
A infraestrutura verde apresenta um caráter multifuncional que envolve fatores geológicos, hidrológicos, bióticos, sociais, metabólicos e econômicos; por este motivo, quando bem monitorada, ela atua como um instrumento de suporte à resiliência das cidades. Neste contexto, os geoindicadores são bastante úteis, pois permitem a identificação da estrutura e dos processos ambientais que ocorrem na superfície terrestre. Diante disso o presente estudo buscou verificar a aplicação de geoindicadores para diagnóstico ambiental de remanescentes florestais nas bacias hidrográficas no município de Campinas/SP, a fim de subsidiar a gestão ambiental destas áreas, bem como futuros projetos de recuperação. Nos 2.319 remanescentes florestais distribuídos nas seis bacias hidrográficas de Campinas foram analisados os geoindicadores: bioma, geomorfologia, erodibilidade do solo conforme a pedologia e declividade; a partir de imagens de satélites e mapeamentos dos órgãos ambientais. Verificou-se que o município está em uma região de transição, onde a maioria dos remanescentes estão em área de Mata Atlântica e apenas um pequeno percentual em área de Cerrado. É também uma região de transição geomorfológica entre a Depressão Periférica e o Cinturão Orogênico do Atlântico, predominante apenas nos remanescentes das bacias do Atibaia e Jaguari. Nestas, os remanescentes estão associados ao maior grau de erodibilidade do solo e índice de declividade, o que aumenta a vulnerabilidade da área; uma área com grande potencial hídrico e responsável por 93,5% da demanda de água municipal. Desta forma, verificou-se através dos geoindicadores que estas duas bacias são altamente susceptíveis à erosão e demandam atenção no processo de manejo e gestão.